segunda-feira, 4 de junho de 2018

ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NOS DISTÚRBIOS DO SONO


ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NOS DISTÚRBIOS DO SONO


Uma nova opção de tratamento para a SAOS (Síndrome da apneia obstrutiva do sono) é a terapia fonoaudiológica que vem demonstrando resultados satisfatórios, melhorando significativamente os sintomas iniciais e proporcionando uma  qualidade de vida melhor num curto espaço de tempo.

Segundo estudos recentes, em pacientes portadores de SAOS, nota-se uma melhora de 40% a 50% no número de paradas respiratórias, bem como uma diminuição considerável do ronco e da sonolência diurna após  tratamento fonoaudiológico.

Portanto, a terapia miofuncional oral direcionada a pacientes roncadores com e sem SAOS visa à adequação da postura, da sensibilidade e propriocepção e do tônus e mobilidade da musculatura  orofacial e faríngea. As estruturas priorizadas nesse trabalho são aquelas que podem estar relacionadas com a obstrução pelo colapso das VAS (vias aéreas superiores) durante o sono e as funções de respiração, mastigação e deglutição.


Atualmente, a Fonoaudiologia tem se beneficiado de diversos recursos terapêuticos e apresentado resultados satisfatórios, na associação desse recurso aliado à terapia convencional. Esses recursos podem potencializar a ação de manobras, manipulação e técnicas fonoaudiológicas. São eles: eletroestimulação transcutânea, laserterapia (terapia por fotobiomodulação) e bandagem elástica.

A Fonoaudiologia é uma ciência da área da saúde que vem expandindo suas possibilidades terapêuticas de forma a alcançar áreas até então inusitadas. Este é o caso da interrelação entre Fonoaudiologia e Medicina do Sono, mais especificamente, os distúrbios respiratórios do sono. Essa relação remonta ao fato de que as estruturas envolvidas nos distúrbios respiratórios obstrutivos, como a SAOS e os roncos, são unidades neuromusculares,  ou seja, o objeto de estudo e intervenção da área  de Motricidade Orofacial.



Fonte:
SOARES, E. PIRES, J. MENEZES, M. SANTANA, S. FRAGA. J. Fonoaudiologia x Ronco/apneia do sono.


Siga-me nas mídias sociais:

Página no facebook: @daniellegregoriofonoaudiologaevocalcoach
Instagram: @danielle_gregorio


sexta-feira, 1 de junho de 2018

AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL



AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL

“O aquecimento e desaquecimento da musculatura envolvida no processo da fonação são requisitos básicos para a boa performance, saúde e longevidade da voz.”
  

  1.   AQUECIMENTO VOCAL:


No canto, a alta demanda vocal, constitui uma sobrecarga muscular similar àquela realizada por um atleta, mas em um setor muscular diferente.
O aquecimento para o atleta visa à preparação dos músculos, para que estes possam receber estímulos que permitam ajustar, potencializar e maximizar os sistemas funcionais, contribuindo na profilaxia das lesões.
A similaridade do aquecimento do esportista, o cantor, ao aquecer a musculatura do aparelho fonador, integra os sistemas respiratório, laríngeo, ressonantal e articulatório, evitando o esforço e a sobrecarga desnecessários. Dessa maneira, contribui para a prevenção de  lesões e alterações que, frequentemente o correm quando não existe a preparação adequada.

Dentre os inúmeros benefícios comprovados do aquecimento vocal, ressaltamos alguns deles:

  • Por meio do aquecimento ocorre o aumento da flexibilidade nos músculos responsáveis pela produção da voz, preparando a emissão para o canto.
  • O aquecimento vocal gera o aumento do fluxo sanguíneo para a região das pregas vocais.
  • O aquecimento possibilita adequada coaptação das pregas vocais, favorecendo maior componente harmônico; diminuindo o fluxo de ar transglótico, produzindo voz com menor quantidade de ar não modulado; deixando a mucosa mais solta, proporcionando maior habilidade ondulatória; permitindo maior intensidade e projeção à voz e proporcionando melhor articulação dos sons.
  •  Permitir às pregas vocais maior flexibilidade de alongamento e encurtamento, durante as variações de frequência.
  •  O aquecimento muscular ativa os receptores da formação reticular, favorecendo a precisão dos atos motores. Assim sendo, os exercícios de aquecimento são úteis para o fortalecimento e destreza de língua e lábios, o que levaria à diminuição do esforço vocal.


A literatura esportiva refere que pode ocorrer fadiga muscular prematura, caso não seja realizado aquecimento muscular prévio, pois os músculos que estão trabalhando não têm oxigênio suficiente na fase inicial do trabalho, aumentando assim a taxa de produtos metabólicos ácidos. É provável que isso também ocorra com a musculatura do cantor sem aquecimento vocal prévio.



2. DESAQUECIMENTO VOCAL:


 
O desaquecimento vocal favorece o retorno ao ajuste fonoarticulatório da voz coloquial, evitando abuso decorrente da utilização prolongada dos ajustes o canto, ou seja, pitch mais elevado e loudness muito forte.  Dentre outros benefícios, o desaquecimento vocal também promove o relaxamento muscular e redução da fadiga.



           3.AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO FISIOLÓGICOS

É necessário diferenciar a finalidade de um programa de condicionamento vocal elaborado por um fonoaudiólogo do aquecimento vocal elaborado pelo professor de canto, orientador vocal, regente ou maestro. Podemos chamar o aquecimento fonoaudiológico de aquecimento fisiológico, direcionado a preparar e adequar as condições fisiológicas do aparelho fonador para uma demanda vocal posterior, enquanto o aquecimento do professor de canto, por exemplo, poderia ser identificado como aquecimento técnico ou artístico, uma vez que tem como um dos principais objetivos ajustes de timbre e afinação.
Após a avaliação do comportamento vocal do profissional da voz, o fonoaudiólogo desenvolverá um programa de condicionamento vocal básico (aquecimento e desaquecimento vocal fisiológicos), que visa a prontidão do aparelho fonador para tarefas vocais particulares. Sabe-se que a instauração de um programa de condicionamento vocal é uma estratégia bastante útil na prevenção de problemas vocais e na manutenção de uma qualidade vocal adequada ao uso profissional da voz.
O programa de condicionamento vocal básico apresenta exercícios de resistência, agilidade e flexibilidade, em tarefas vocais diversas, preparando e adequando as condições fisiológicas do aparelho fonador para uma demanda vocal de alta performance.

Programas de condicionamento vocal para profissionais disfônicos, em atividade profissional, requerem necessariamente adaptação individual, de acordo com o quadro vocal do indivíduo e com a evolução do processo de reabilitação fonoaudiológica.

A Fonoaudiologia acredita que um programa de aquecimento e desaquecimento fisiológicos possam contribuir para reduzir a fadiga e aumentar o rendimento vocal, para minimizar os riscos de lesões laríngeas e para aumentar a longevidade vocal.



______________________________________
Siga-me nas mídias sociais:

Página no facebook: @daniellegregoriofonoaudiologaevocalcoach
Instagram: @danielle_gregorio

Fontes:
SCARPEL, R. PINHO, S. Aquecimento e desaquecimento vocal.
BEHLAU, M. Voz.